18 julho 2011

TODA A BÍBLIA ESTÁ CHEIA DOS FENÔMENOS MEDIÚNICOS

O Espiritismo é apresentado por Kardec, sob a orientação do Espírito da Verdade,
como uma seqüência natural do Cristianismo. É o cumprimento da promessa evangélica de
Jesus, de enviar à Terra o Consolador, que completaria o seu ensino, esclarecendo os
homens a respeito daquilo que ele só pudera ensinar através de alegorias, no seu tempo. Os
homens de então não estavam em condições de compreender o fenômeno natural da
comunicação espírita, que misturavam com sistemas de magia e interpretações
supersticiosas. Em A Gênese, Kardec esclarece, no primeiro capítulo, que era necessária a
evolução das ciências, o progresso dos conhecimentos, o desenvolvimento intelectual, para
que o Espiritismo fizesse seu aparecimento, como doutrina, em nosso mundo.
Assim sendo, o Espiritismo tem como base as Escrituras, tem seus fundamentos na
Bíblia. Mas é claro que o conceito espírita da Bíblia não pode ser igual ao das religiões que
ficaram no passado, apegadas às formas sacramentais de magia, aos ritos materiais e aos
cultos exteriores do próprio paganismo. A Bíblia não pode ser, para o espírita esclarecido, a
"palavra de Deus", pois é um livro escrito pelos homens, como todos os outros livros, e é,
principalmente, um conjunto de livros em que encontramos de tudo, desde as regras
simplórias de higiene dos judeus primitivos até as lendas e tradições do povo hebreu,
misturadas às heranças dos egípcios e babilônios. O Espiritismo ensina a encarar a Bíblia
como um marco da evolução religiosa na Terra, mas não faz dela um novo bezerro de ouro.
É difícil falarmos da Bíblia a pessoas apegadas ao processo de fanatismo religioso
de algumas seitas obscurantistas, que chegam, em pleno século vinte, ao cúmulo de
renegarem a cultura, para só aceitarem os escritos judeus da época das civilizações agrárias.
São pessoas simples e crentes, que merecem o nosso respeito, mas inteiramente incapazes
de compreender o problema bíblico. Isso, entretanto, não deve impedir-nos de esclarecer
esse problema à luz dos princípios espíritas. A Bíblia não condena o Espiritismo. Pelo
contrário, a Bíblia confirma o Espiritismo, como demonstraremos. Basta lembrar o caso de
Samuel, atormentado pelo espírito mau, aliviado pela mediunidade de Davi, que usava a
música para afastá-lo. Caso típico de mediunidade curadora, constante de Samuel 16: 14-
23. E o colégio de médiuns que acompanhava Moisés no deserto? E assim por diante, da
primeira à última página da Bíblia. Mas o pior cego é aquele que não quer enxergar.

J.Herculano Pires

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