27 novembro 2011

Convite à Parcimônia

“Pois todo o que se exalta será humilhado.” (Lucas: 14-11.) 

Considerando o volume de problemas, cada dia em mais amplas dimensões, afligindo e amargurando, não sejas omisso ante a imperiosa quão inadiável contribuição que podes dispender a benefício da solução de alguns deles. Se pensares em profundidade, concluirás que todo distúrbio externo procede das matrizes íntimas da vida. Sejam enfermidades orgânicas ou convulsões sociais, tragédias do lar ou crimes contra a Humanidade, todos eles se originam das recônditas circunstâncias espirituais. O homem como a comunidade são as suas construções mentais. Medida preventiva como terapêutica preciosa deve ser aplicada portanto, no âmago das geratrizes reais do ser: o espírito. Indiscutivelmente há fome, guerra, miséria social e econômica porque o homem vive em crise de amor. O amor presente, ou ausente, é sempre o responsável pelo progresso ou envilecimento do indivíduo tanto quanto da sociedade. Por isso, aqueles fatores causais da desagregação econômica – que engendra a decadência social – são antes de tudo, morais, o que equivale afirmar, espirituais. Não é por outra razão, que o Evangelho – esse sublime código moral vivido por Jesus – na sua dinâmica poderosa, é a grande solução para esta atualidade turbulenta. Assim compreendendo, dá início ao auto-aprimoramento pessoal, recorrendo a fáceis quão significativos cometimentos: ante a mesa farta, parcimônia no comer; diante do vestuário e excessivo, parcimônia no trajar; em face à abundância dos licores e refrescos, parcimônia no libar; envolto pela teia das facilidades, parcimônia no uso; guindado ao poder, parcimônia na aplicação de atitudes; em qualquer lugar ou situação, parcimônia, comedimento como característica de equilíbrio, cooperação para equacionamento de dificuldades. O teu excesso é escassez do teu irmão. As tuas arbitrariedades constituem aflição para o teu próximo. Os teus abusos se convertem em prejuízos alheios. Reparte o pão, distribuindo o bem fartamente quanto possas, mas sê parcimonioso para contigo mesmo, antes que te transformes em motivo de alheia dor ou raiz de desdita no meio em que vives, sendo humilhado posteriormente como decorrência da exaltação ou do esbanjamento pernicioso.
 
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco - Livro: Convites da Vida
 

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