21 agosto 2011

EGO E EU


Ego e eu. A batalha mais difícil de ser travada ocorre no teu mundo íntimo. Ninguém a vê, a aplaude ou a censura. É tua. Vitória, ou derrota, pertencerá a ti em silêncio. Nenhuma ajuda exterior poderá contribuir para o teu sucesso, ou conjuntura alguma te levará ao fracasso. O inimigos e os amigos residem na tua casa interior e tu os conheces. Acompanham-te, desde há muito estás familiarizado com eles, mesmo quando te obstinas por ignorá-los. Eles te induzem a glórias e a quedas, aos atos heróicos e às fugas espetaculares, erguendo-te às estrelas ou atrelando-te ao carro das ilusões. São conduzidos, respectivamente, pelo teu Ego e pelo teu Eu. O primeiro comanda as paixões dissolventes, gerando o reinado do egoísmo cego e pretencioso que alucina e envilece. É herança do primarismo animal, a ser direcionado, pois que é o maior adversários do Eu. Este é a tua individualidade cósmica, legatária do amor de Deus que te impele para as emoções do amor e da libertação. Sol interno, é chama na fumaça do Ego, aguardando o momento de a dissipar, a fim de brilhar em plenitude. O Ego combate e tenta asfixiar o Eu. O Eu é o excelente libertador do Ego. Sob disfarces, que são as suas estratégias de beligerância criminosa, o Ego mente, calunia, estimula a sensualidade, fomenta a ganância, gera o ódio, a inveja, trabalha pela insensatez. Desnudado, o Eu ama, desculpa, renuncia, humilha-se e serve sem cessar. Jamais barganha ou dissimula os seus propósitos superiores. O Ego ameaça a paz e se atulha com as coisas vãs, na busca instável da dominação injusta. O Eu fomenta a harmonia e despoja-se dos haveres por saber que é senhor de si mesmo e não possuidor dos adornos destituídos de valor real. César cultivava o Ego e marchou para a sepultura sob as honrarias que ficaram à sua borda, prosseguindo a sós conforme vivia. Jesus desdobrou o Eu divino com que empregnou a Humanidade e, ao ser posto na cruz, despojado de tudo, prosseguiu, de braços abertos, afagando todos que ainda O buscam. O Ego humano deve ceder o seu lugar ao Eu cósmico, fonte inesgotável de amor e de paz. Não cesses de lutar, nem temas a refrega. 
 Divaldo Pereira Franco / Joanna de Ângelis / Livro: Momentos de Meditação

Nenhum comentário:

Postar um comentário