14 janeiro 2012

Aforismos Espíritas

                  Revista Espírita, janeiro de 1859

Sob esse título, daremos, de tempos em tempos, pensamentos destacados que resumirão,
em poucas palavras, certos princípios essenciais do Espiritismo.

I. Aqueles que crêem se preservar da ação dos maus Espíritos abstendo-se de comunicações
espíritas, são como essas crianças que crêem evitar um perigo vendando os olhos.
Igualmente valeria dizer que é preferível não saber ler nem escrever, porque não se estaria
exposto a ler maus livros ou escrever tolices.

II. Quem tem más comunicações espíritas, verbais ou por escritas, está sob má influência;
essa influência se exerce sobre ele, que escreva ou que não escreva. A escrita lhe dá um
meio de se assegurar da natureza dos Espíritos que atuam sobre ele. Se está bastante
fascinado para não compreendê-los, outros podem lhe abrir os olhos.

III. Há necessidade de ser médium para escrever absurdos? Quem diz que, entre todas as
coisas ridículas ou más que se imprimem, não ocorre que o escrevente, levado por algum
Espírito zombeteiro ou malevolente desempenhe o papel de médium obsidiado sem sabê-lo?

IV. Os Espíritos bons, mas ignorantes, confessam sua insuficiência sobre as coisas que não
sabem; os maus dizem tudo saber.

V. Os Espíritos elevados provam sua superioridade por suas palavras e a constante
sublimidade de seus pensamentos, mas deles não se gabam. Desconfiai daqueles que dizem,
com ênfase, estarem no mais alto degrau de perfeição, e entre os eleitos; a fanfarrice, entre
os Espíritos, como entre os homens, é sempre um sinal de mediocridade.

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