“Filhos, vai hoje trabalhar na minha Vinha.” (Mateus: 21-28.)
Enquanto a saúde enfloresce as tuas possibilidades de bem-estar, reserva um dia por mês, ao menos, para visitar os irmãos enfermos, que ressarcem pesados tributos pretéritos, muitas vezes em dolorosa soledade, com o espírito tomado de apreensões e angústias. Companheiros tuberculosos que expungem em leitos de asfixiante espera, em duros intervalos de hemoptises rudes. Amigos leprosos em isolamento compulsório, acompanhando a dissolução dos tecidos que se desfazem em purulência desagradável. Irmãos cancerosos sem esperança de recuperação orgânica entre dores e ásperas ansiedades. Homens e mulheres em delírios de loucura ou presos por cruéis obsessões coercitivas, longe da lucidez, à margem do equilíbrio, em desoladora situação. Crianças surpreendidas por enfermidades que as ferreteiam impiedosamente, roubando-lhes o frescor juvenil e macerando-as vigorosamente. Anêmicos e penfigosos, operados em situação irreversível e distônicos vários que enxameiam nos leitos dos hospitais públicos e particulares, nos Nosocômios de Convênio governamental ou em Clínicas diversas sob azorrague incessante. Seja teu o sorriso de cordialidade franca, através da lembrança de uma palavra fraterna, de uma flor delicada, de uma pergunta gentil em que esteja expresso o interesse pela recuperação, de uma prece discreta ao lado do seu leito, de uma vibração refazente com que podes diminuir os males que inquietam esses seres em necessário resgate. Lembra-te, porém, que acima do bem que lhes possas fazer, a ti farás muito bem verificar o de que dispões e pouco consideras, bem precioso e de alto valor com que o Senhor te concede a honra de crescer: a saúde! Vai desde hoje trabalhar na vinha do Senhor. Caridade para com os que sofrem, em última análise é caridade para contigo mesmo. |
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